Mapa de Turim

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011



Esta é a versão reduzida de Turim, o centro histórico da cidade onde, de facto, tudo acontece.
(Fotos nos links)

  1. Porta Palazzo (Piazza della Repubblica) - Supostamente o maior mercado de rua da Europa.
  2. Palazzo Reale - O antigo palácio dos Reis de Itália, do tempo em que Turim era a capital de Itália

  3. Palazzo Madama - Uma construção que remonta ao Império Romano, sendo depois reconstruida pela nobreza da Casa de Saboia.
  4. Mole Antonelliana
  5. Piazza Vittorio Veneto - A praça principal de Turim, onde se inicia a Via Pó, umas das ruas mais importantes da cidade.
  6. Estação Porta Nuova - A principal estação de comboios Turinense 
  7. Estação Porta Suza - A estação secundária. Está já em construção no mesmo local uma futura estação para receber comboios de alta velocidade.

Podem ver todo o mapa da cidade, prestando especial atenção ao Sul, onde se encontra o distrito de Lingotto, onde está sediada a FIAT, e para o este, onde se encontra a colina de Turim, que tem como símbolo maior a Basílica de Superga 

O Museu Nacional do Cinema

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Já aqui falei da Mole Antonelliana, agora falo do está dentro dela, o Museu Nacional do Cinema.
Como aficionado da sétima arte, este era um dos locais que estava com mais expectativa para visitar, afinal, Itália tem também ela uma grande tradição cinematográfica e este, tirando os estúdios da Cinecittà de Roma, que são um verdadeiro “museu vivo”, é o local com maior espólio histórico em todo o país.

Sendo muito directo na minha critica, e dando a minha opinião, que é para isso que me pagam, este é, se não me falha a memória, o meu museu favorito de todos os que já visitei.
Não se trata apenas de um museu que fala de cinema, ele vive e faz viver os filmes, os guiões, os efeitos especiais, os cenários, os actores, os figurinos, parece que nada foi esquecido para proporcionar ao visitante uma experiência enriquecedora, dinâmica e inovadora.
A rota pelo museu inicia-se antes de qualquer referência a audiovisuais, ela começa por nos explicar ao pormenor o nosso sentido necessário para apreciar o que vamos ver a seguir: a visão. E fá-lo com dezenas de ilusões ópticas que nos deixam desde logo entusiasmados e interessados em ver e absorver o máximo da experiência.

O museu mostra-nos a história do cinema desde as suas raízes mais profundas, e não falo dos Irmãos Lumière, falo de teatros de sombras chinesas de há 4000 anos atrás ou dos primeiros Zootrópios, tudo com uma clareza enorme e com oportunidade de vermos as coisas a funcionar, aliás, de as pormos nós mesmos a funcionar. Esse é para mim o ponto forte do museu, a interacção com os visitantes. Não há uma única sala onde não sejamos convidados a experimentar uma maquineta, a espreitar por um buraco, a sermos filmados ou a sentar e ver o que está a ser exibido.
A viagem leva-nos por toda a história do cinema italiano e mundial, até à era digital, onde nos mostram o quão fácil é sermos pilotos de uma nave espacial.
Tesouros como um guião original de “O Padrinho” ou figurinos de Marilyn Monroe estão patentes em exposição, ao lado de dezenas de objectos das obras-primas de Fellini, o maior génio do cinema italiano de todos os tempos.

Assim, aconselho a visitar o site que além de ter bastante informação e poder ser visto em inglês, tem também uma visita guiada pelo museu bastante interessante. Este é sem dúvida um local que, se estiver pelo norte de Itália, já vale a pena vir a Turim só para ver.

Miguel

O Museu Egípcio de Turim

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Obviamente que antes de vir para Turim consultei dezenas de sites e guias turísticos para saber o que visitar e qual o nível cultural da cidade que ia ser a minha nos próximos meses. Em todos eles falava de um museu em particular, o Museu Egípcio de Turim.
Para quem não sabe, este é o segundo museu egípcio mais importante do mundo, apenas ultrapassado pelo Museu do Cairo, tornando assim Turim num ponto de paragem obrigatório para qualquer amante da arte e cultura Egípcia.
Não vou contar tudo o que vi (para saberem em pormenor tudo o que podem ver neste museu consultem o site oficial http://www.museoegizio.org/pages/capolavori_en.jsp), até porque grande parte das coisas já me deverei ter esquecido, mas o museu tem exactamente aquilo que se espera: múmias, túmulos, vasos, estátuas, queijo com cinco mil anos, etc., e é precisamente esse o problema dele, ser exactamente aquilo que se espera.

Já visitei muitos museus na vida, e posso dizer que este foi um dos mais aborrecidos. Pode ser um dos maiores do mundo, mas para uma pessoa que não seja verdadeiramente entusiasta da cultura egípcia, a diferença entre ver um vaso com três mil anos ou ver cem vasos com três mil anos prende-se apenas com o tamanho do corredor que tem de caminhar. Claro que o museu é interessante, mas sendo a cultura egípcia já tão referenciada, seja em documentários ou filmes, aprendida nas escolas e objecto de interesse em tantos museus espalhados pelo mundo, seria de esperar que aqui pudéssemos aprender algo de novo sobre um assunto que já conhecemos relativamente bem. Não aprendemos. O museu é o segundo maior pela quantidade, não pela qualidade.
Raras são as explicações históricas sobre o que estamos a ver, assim como raras são as palavras que conseguimos encontrar em inglês ao longo de toda a visita.
Simplificando a explicação para quem já visitou, comparo este museu ao Museu do Prado em Madrid: grandioso, histórico, repetitivo, aborrecido.

Com um preço que não considero baixo, 3,50€ para jovem (18 aos 25), 7,50€ para adulto, este é um ponto de paragem não obrigatória. O meu concelho é, se visitam por 4 dias ou menos, não vão lá, se visitam por uma semana ou mais, fica ao vosso critério.

Miguel

A comida

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Aproveito o facto de estar a cozinhar para escrever este artigo, a atenção que perder por ter de estar a vigiar o fogão, compenso em inspiração.
Apesar não ser um especialista em comida nem apreciador de um bom jantar num restaurante de renome, gosto de comer e acima de tudo adoro observar como cada cultura influencia os aspectos do dia-a-dia dos seus cidadãos, e em Itália, a cozinha é um deles, e dos grandes.
Comecemos pelo mais geral. Sim, em Itália come-se muita pizza e muita pasta, não é mito ou história de desenhos animados, por aqui há um sítio a vender pizza em cada rua, seja uma confeitaria, um restaurante com classe ou mesmo num das centenas de restaurantes de Kebab, que por aqui inventaram o “Kebab-Pizza”, uma mistura qualquer para tornarem aquela coisa esquisita mais familiar. Come-se pasta (que em bom português, é massa, caso alguém estivesse equivocado se estávamos a falar de pasta de atum ou algo assim) todos os dias, muitas vezes ao almoço e ao jantar. Batata e arroz também vão fazendo parte da dieta, mas em quantidades muito inferiores e preparados de maneira bastante simples (excluindo o Risoto, prato típico italiano que consiste em arroz com uma data de coisas misturadas, dependendo do cozinheiro).
Não vou falar da cozinha italiana, tradições ou de quais os restaurantes a visitar, podem encontrar toda essa informação facilmente num qualquer site turístico.

No que toca a supermercados, podemos encontrar o que se encontra um pouco por toda a Europa, quanto mais longe do centro, maiores ficam. Há aqui uma cadeia chamada “Crai” que pode ser comparada ao Mini Preço (aos antigos, aqueles pequeninos enfaixados no meio de apartamentos, não aos novos gigantes que parecem o Pingo Doce.) que em conjunto com o Carrefour Express, em geral do mesmo tamanho, e alguns outros “independentes” um pouco maiores, fazem a despesa no centro da cidade.
A comida é, em geral, mais cara que em Portugal, mas nada que seja exageradamente mais caro, em França nota-se uma diferença maior. Entre as poucas coisas em que encontramos pouca diferença no preço encontramos a massa, alguns legumes, o vinho e pouco mais (e os gelados de bola nas geladarias, mas isso não é bem comida). A carne e os congelados são mais caros, e isso nota-se bem.

Para qualquer estudante, o concelho é, cozinhar compensa. Quanto melhor, mais satisfeitos ficam, podem convidar pessoas a vossa casa para jantar, não podendo esquecer de comprar um bom pão e um bom vinho.

Para finalizar, recomendo um sítio chamado Eataly, um super mercado dedicado exclusivamente ao que a Itália tem de melhor para oferecer em termos de comida, bebida ou temperos, um verdadeiro paraíso para apreciadores de boa comida, pois o local combina a venda dos produtos ao público com uma rede de restaurantes, onde podemos ter uma refeição e mais tarde comprar todos os ingredientes necessários para a fazermos em casa (excluindo o chef).

Feliz por estar de volta,
Miguel

De volta!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Depois de um mês de Outubro um pouco conturbado e com muito a acontecer, o blog volta ao activo agora em Novembro!
Peço desculpa a todos os que o lêem frequentemente, mas o mês que passou, além de ter contado com uma visita a Portugal pelo meio, foi cheio de coisas novas e decidi aproveitar ao máximo, e passando mais tempo a viver e menos a escrever.

Devo avisar também que fotos giras vão ser em muito menos número agora, pois perdi a minha máquina fotográfica quando aí fui, portanto as saídas só para fotografar ou as fotografias acidentais que fazem o momento acabaram, agora uso a que a minha prima me emprestou (obrigado Cátia) e só vou tentar tirar fotos ocasionalmente.
Se quiserem fazer uma petição a nível mundial para me darem uma nova sintam-se completamente à vontade, tem todo o meu apoio!

Melhores cumprimentos,
Miguel

Os Transportes

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A rede de transportes públicos em Turim pode-se considerar, no mínimo, um pouco confusa, e eu sou uma pessoa que já frequentou transportes públicos em muitas cidades sem nunca sentir grandes dificuldades em perceber como ir de um sítio para o outro.
O metro não existe no centro da cidade, ao que parece a rede só cobre as zonas mais industriais e a periferia, por aqui só temos os autocarros e os eléctricos, que não são como os do Porto, pequeninos e antigos, são basicamente, assim como todos os que existem no resto da Europa, autocarros enormes que andam sobre carris.
Pode-se dizer que ao fim de algum tempo já se conhece os números das linhas principais de cor, estas são também as que tem eléctricos, porque tem uma capacidade maior que os autocarros, como a 3, a 16 ou a 15 (a que uso todos os dias para vir para casa), mas quando queremos ir para algum sítio específico um pouco fora do centro a questão torna-se um pouco mais complicada. É muitas vezes preciso trocar de linha três vezes, e a mesma paragem pode ter paragens em três sítios diferentes, com uns bons cinquenta metros de diferença entre elas, dependendo do autocarro que se quer apanhar. Uma grande ajuda é que as paragens têm sempre o nome da rua mais próxima em vez do nome de reis, atracções turísticas ou outra coisa qualquer, ou seja, sabemos que a paragem S.Giulia será no cruzamento da rua em que estamos a andar com a Via S.Giulia, se depois quisermos apanhar outro autocarro que também pare nessa paragem é que já corremos o risco que seja no cruzamento da Via S.Giulia com outra rua qualquer.

A companhia que gere os autocarros, eléctricos e o metro chama-se GTT, Gruppo Torinese Trasporti, e pode-se dizer que não devem estar a nadar em dinheiro, tendo em conta que todas as pessoas que conheci até agora, simplesmente nunca compram bilhete. O sistema é simples, compra-se um bilhete nas tabacarias pelo preço de 1€, entra-se no autocarro, valida-se numas máquinas que lhes imprimem uns números e quando o fiscal vier, mostramos o respectivo e a vida segue o seu curso normal. O problema (para eles) é que o fiscal quase nunca vem, e se por acaso tivermos azar e ao entrar no autocarro ele estiver lá dentro, temos duas soluções: como os fiscais costumam entrar na primeira paragem, não corremos o risco de ser surpreendidos por um a meio da viagem, assim, basta ter sempre connosco um bilhete limpo e ao entrar validar, e depois comprar outro que certamente não será necessário pelo menos por duas semanas. Caso não tenhamos nenhum bilhete ou formos de facto surpreendidos, fácil, Itália é o país da simpatia, basta fazerem-se de turistas muito estúpidos e perguntarem ofegantemente e muito aliviados de os verem “dove posso buy a tickete?” e eles riem-se e vendem-vos um pelo preço normal.
Atenção, se este esquema não resultar numa futura visita de algum dos leitores a Turim, não me responsabilizo por multas ou visitas à esquadra. Mas por aqui, o primeiro concelho que damos a alguém que conhecemos novo que também venha pelo programa
Erasmus é mesmo “não compres bilhete para o autocarro, não vale a pena”.

Só mais um ponto sobre este assunto: se por vezes o eléctrico parar e virem toda a gente a sair de repente pelas portas, não se assustem, não é nenhuma ameaça de bomba ou algo do género, é que às vezes ele tem uma espécie de avaria, principalmente se forem os antigos, os que são cor-de-laranja, e temos de sair e ficar à espera do próximo enquanto aquele segue o seu rumo com muito menos passageiros, pois assim é a única maneira que ele consegue andar.

Cheguei à conclusão que para mim é muito fácil entender o que é o centro da cidade e onde fica o rio e os pontos de referência e tudo o resto, mas para quem lê, por vezes pode ser muito complicado entender o que escrevo. Assim, colocarei aqui um pequeno mapa de Turim com umas marcações feitas por mim para melhor compreensão dos seguidores do blog.

Com saudades de olhar o rio quando o metro a atravessa a Ponte Dom Luís,
Miguel

A Mole Antonelliana

Esta é, sem a mínima dúvida, a principal atracção e símbolo máximo da cidade de Turim.
Foi em tempos e por muitos anos o edifício mais alto do mundo, até a chegada da Torre Eiffel, e por muito que estejamos habituados a ver edifícios bem mais altos pelo mundo fora, incluindo em Portugal, este não passa nada despercebido numa cidade sem arranha-céus ou antenas de rádio que lhe façam parelha lá no alto.
É facilmente visível de quase todos os pontos do centro da cidade, e quando avistada um pouco mais de longe, a sua cúpula dá ao contorno dos edifícios uma nova magia e beleza, bastante italiana direi.
Ao contrário da Torre Eiffel, a Mole Antonelliana (assim chamada em homenagem ao seu construtor, Alessandro Antonelli) não está localizada no meio de nenhum jardim gigante ou num ponto de referência da cidade, onde ela seja a única construção num raio de muitos metros de modo a ter todas as atenções. Não, a Mole é simplesmente mais um edifício no centro da cidade, rodeado por ruas e outros edifícios, uns mais antigos, outros que foram sendo construídos ao longo do tempo. Pode-se dizer que é uma desilusão para quem espera ver um ícone, um símbolo da própria Itália (figura na moeda de 2 cêntimos italiana) com todas as honras que mereceria.
Acho que nunca se distinguiu mais ou mereceu um espaço maior em seu redor por ao longo da história nunca ter tido uma função específica ou com um grau de importância elevado para as gentes da cidade. Basicamente, os italianos nunca souberam muito bem o que fazer com ela, e acabou por se transformar no Museu do Cinema, coisa que naturalmente poderia estar em qualquer outro lado.

É possível visitar o museu ou simplesmente só subir o elevador que nos leva ao topo, de onde a vista é, mesmo para quem já esteve em sítios mais altos, magnifica. Para quem gosta de visitar a Torre dos Clérigos no Porto, pode-se dizer que esta é uma experiência ligeiramente melhor, até porque não tem de subir os duzentos e tal degraus, e tirando a rede que corta a vista em quadradinhos, o bem-estar e o relaxamento são sensações muito apelativas, porque apesar de não se tratar de uma metrópole, não deixa de ser uma cidade grande e o stress dos transportes públicos e das filas também se faz sentir ao fim de alguns dias pelo centro.

Esta vai entrar para a lista de coisas a visitar para quem cá passar, nem que seja só por um dia. Certamente não se vai arrepender e é uma óptima possibilidade para sentir que se está a viver um pouquinho da história de Itália.

Amando Turim,
Miguel

Morada

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Já sei a morada de minha casa!

Fino
3º Piano
Via Oslavia, n.º 20
10153 Torino
Itália

O nome é mais importante do que parece, aqui nos apartamentos não funcionam muito por andares, as caixas de correio tem os nomes das pessoas e pronto, facilita a vida ao carteiro. Portanto nestes próximos meses, o meu nome italiano vai ser mesmo Sr. Fino!

Um abraço,
Miguel

A Juve

A verdade é que estando em Itália, além das pizzas e dos rapazes atiradiços, há outra coisa da qual não se pode fugir: do futebol. E muito menos em Turim, lar da nobre “Vechia Senhora”, a Juventus. Senhoras, se não se interessam nem um pouco por isto, não passem já para o próximo texto, não vou só falar da bola agora.

Esta é mais uma parecença com Portugal, as pessoas falam sobre futebol como assunto trivial, existem os jornais desportivos, as publicidades, principalmente de produtos ou serviços relacionados com rádio e televisão, tem jogadores famosos, vê-se pessoas com indumentária do seu clube e alguns dos cafés, bares e restaurantes passam os jogos, seja num ecrã gigante ou numa televisão pequenina ao canto.
Embora aqui não exista, como é óbvio, o típico café/tasca português, mais para o centro histórico da cidade vão-se encontrando sítios (poucos) onde se pode estar simplesmente sentado a beber um café ou uma cerveja e ver o jogo. Ainda não o experimentei, mas acho que até Fevereiro vou ter a oportunidade, é sempre bom reviver um ambiente familiar.

Para ser sincero, esperava um pouco mais de entusiasmo em torno da equipa, mais pessoas a demonstrar o seu apoio em casacos, bonés ou porta-chaves, principalmente em dias de jogo. Mas muita da reputação e amor pela equipa foi abalada há poucos anos, aquando do processo judicial que acabou na sua despromoção para a 2ª divisão (para quem não sabe, na altura os senhores da Juventus eram um pouco como os do Boavista, e não só pelas cores branco e preto, a legalidade não era o forte no que se passava fora e até dentro das quatro linhas) e apesar de já estarem de novo em boa forma no Calcio (1ª Liga Italiana) a chama de outros tempos ainda está um pouco em baixo. Outro aspecto é que no centro da cidade, onde passo os meus dias, o clube mais amado é o Torino F.C., apesar de ser um clube da 2ª divisão. Sob o risco de estar a dizer uma abominação, comparo-o com o Belenenses, que é o clube das gentes da zona alta de Lisboa.
Mesmo no estádio o ambiente não era tão electrizante quanto estava à espera. Disseram-me que por ser um jogo para uma competição europeia contra uma equipa desconhecida da Polónia ajudou a que o estádio estivesse a meio e os adeptos sem grande garra. Vou esperar para ver um jogo da liga e depois faço saber.
Para quem achar útil, existe uma loja de produtos oficiais no centro da cidade com muitas coisas para levar de recordação para os entes queridos que gostem de futebol, tudo a preços bem Italianos claro. Os bilhetes são comprados numa outra loja, também no centro, dentro de umas galerias, e tem de levar identificação, apenas um bilhete por pessoa, os italianos não brincam com a venda de bilhetes no mercado negro.

Já agora, esta época a Juventus joga no Estádio Olímpico de Turim, o histórico Estadio del Alpi está em obras e só na próxima época pode ser usado. Pelo projectos vai ficar um estádio de classe mundial, por isso convém sempre ficar com contactos de pessoas de cá caso queira vir passar uns dias e ir à bola no fim-de-semana.

Com saudades das noites em Portugal,
Miguel

Hello, Italia speaking.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Já tenho número Italiano!
0039 380 243 0472

Agora sim, podem ligar e mandar as mensagens que quiserem!

Abraco do tamanho do mundo! (é um computador alemao, nao tem C com cedilha ou o til para os A)
Miguel

As saudades que eu já tinha…

domingo, 19 de setembro de 2010

Pode-se dizer que procurar casa em Turim é uma tarefa que de fácil tem muito pouco, e quando se é rapaz e se é só um, a situação agrava-se, e de que maneira, e quando chegamos à parte dos preços e do quanto estamos dispostos a pagar, rapidamente nos apercebemos que o melhor é começar a esperar um milagre.
Para ajudar, aqui existe esta associação incrível chamada Sportello Casa que tem uma base de dados muito boa e um atendimento ainda melhor. A par desta, existe também a Fundacione Falciola que tem à frente um senhor do mais simpático que pode existir no mundo, um aficionado cego do Sampdória e que passa mais tempo a discutir ao telemóvel do que propriamente a fazer qualquer outra coisa.



Depois de quarto dias de procura intensa sem resultados, por qualquer razão logística e falta de sorte à mistura, apareceu esta casa, para duas pessoas, que ia ver com o Rasmus, pois também ele já se começava a sentir um pouco menos seguro com o seu hotel até Domingo. Fomos enviados da Sportello para a Falciola, e o Marco (o senhor do telemóvel) que já conhecia o “Portuguese” ao longe, indicou-nos esta casa um pouco longe do centro. O Rasmus de imediato disse que não estava interessado, mas eu fui lá ver na mesma. A verdade é que a casa não era assim tão longe, e o eléctrico n.º 15 leva-nos lá directos do centro. O Marco veio na sua mota para me mostrar a casa e logo se apercebeu que eu a ia ver sozinho, porque também já sabia dos requisitos que o “Danese” tinha para a sua casa.
A vizinhança era fantástica, existem dois parques relativamente próximos, dois super-mercados e as ruas eram largas (vim a perceber aqui, que quanto mais largas são as ruas, melhor é o ambiente e o aspecto de quem caminha nos passeios das mesmas), a mim pareceu-me um sonho.
Quando entramos, vi que a casa tinha dois quartos, um de solteiro e um duplo. Não havendo necessidade de explicar toda a conversa que levou ao desfecho da história, esta acabou com o Marco com as mãos na cabeça, a dizer “eu não posso fazer isto”, eu a responder “podes, podes” e com um aperto de mão.
Tenho casa.
Estou num quarto de solteiro maior do que o que tinha em Portugal, com um jogo de dardos, um poster enorme d’O Padrinho, mobília do IKEA e lençóis verdes. Apesar de ser um preço acima do que aquilo que queria pagar, tenho o melhor quarto de todos os que já vi em Turim, e vi muitos. A casa só peca por não ter internet, vou ter de ver os preços quando tiver colegas aqui a viver, porque ela tem ainda o quarto duplo vazio. Além disso tem uma cozinha, uma casa de banho, uma sala pequena e duas varandas (uma no meu quarto), e tirando a limpeza que precisa, está em óptimas condições para ser habitada, por mim e por visitas que aqui queiram passar uns dias.

A escrever do melhor quarto de Itália,
Miguel

A UniTo e os amigos

A minha segunda-feira começou com uma nova esperança, era o dia da apresentação na Universidade, ia ser uma oportunidade única para conhecer amigos e alguém com quem pudesse passar os dias. E a verdade é que tive mais sorte do que podia alguma vez imaginar. Logo no registo, encontrei um rapaz Dinamarquês chamado Rasmus, que era a primeira pessoa que falava bem inglês das que tinha encontrado até agora. Conversamos bastante e vimos logo que ali estava o inicio de uma boa amizade. Mais tarde, a caminho da apresentação, encontramos um rapazinho com ar de brasileiro que também falava muito bem inglês. Apresentou-se como Phil, da Alemanha, com 28 anos, está a acabar o mestrado. Começamos a falar das viagens que já tínhamos feito, e ambos vêem de famílias bastante abonadas, logo tinham muitas histórias para contar, principalmente o Phil, que insistia em dizer o quão velho é por cada vez que contava uma história, e como ambos são também bastante inteligentes, a conversa foi decorrendo em volta dos mais variados temas sem dificuldade, com bastante incidência para o “eu”, “eu sou assim”, “eu gosto disto”, “eu penso que”, e nunca foi tido como egocentrismo, estávamos todos à procura do mesmo, conhecer novas pessoas, o melhor que nos podia acontecer era ouvi-los a falar sobre si. E assim foi, um português baixo e barbudo, um alemão com cara de menino e um dinamarquês alto e de bom aspecto fizeram-se à cidade, a base do grupo estava criada, estávamos prontos para conhecer quantas pessoas quisessem aparecer, com certeza que já não estávamos sozinhos nesta aventura.

A apresentação ocorreu num edifício antigo e muito bonito, cheio de estátuas de pessoas que descrevemos como “muito inteligentes e que não perdiam muito tempo em festas”. Passaram um vídeo a dizer o quanto a UniTO (Università di Torino) é espectacular e é o sítio onde queremos mesmo estar e tudo o mais, mas o importante veio depois, com umas bancas que estavam cá fora, a maior parte de associações dedicadas aos estudantes de Erasmus, que nos indicaram os encontros, as festas e os locais de interesse. Foi bom para começar a planear a vida para os próximos dias, visto que as aulas só começam a 1 de Outubro, graças a alguns problemas a nível nacional que a senhora não nos quis explicar, um pouco por vergonha do seu país, pareceu-me.
A maior parte das pessoas que conheci vai para Economia, o mesmo que o Rasmus, e ainda não conheci ninguém que fosse para ciências. A maior parte das pessoas a fazer Erasmus são de Espanha, quase 50%, o que é uma pena, fica difícil falar italiano quando se ouve muito espanhol,

O Phil já tem casa, muito próxima do centro, já cá está desde o início de Setembro, fala bem italiano e tem dezenas de amigos que já tinha de outras viagens e que foi conhecendo enquanto cá esteve. O Rasmus tem reserva num hotel até dia 19 de Setembro e está à procura de casa também no centro, não lhe interessa o que possa pagar, diz que iria gastar mais em táxis ao longo dos seis meses, “já me conheço o suficiente”.

Agora sim, a aventura começa a ter pernas para andar e se fazer grande.
Tenho a certeza que com estes rapazes não vão faltar noites inesquecíveis e dias de loucura, eles estão tanto na disposição para isso quanto eu.



Abraços,
Miguel

Torino

Chegar a Turim teve a mesma sensação de que abrir uma caixa nova de Legos, o primeiro impacto é fantástico, mas no segundo a seguir nos apercebemos que afinal ainda não temos nada e que não vamos receber nada de graça, temos de nos esforçar para tirar algo dali, temos de nos dar.
Aqui todos parecem muitos simpáticos e prontos a ajudar, apesar de repetidas vezes ninguém parecer conhecer muito bem a própria cidade, as linhas dos transportes públicos ou o nome das ruas e pontes.
Foi no centro que comecei a minha procura por um local para ficar que tinha visto na internet. Ao chegar lá vi que era uma espécie de albergue da comunidade religiosa de Don Bosco, o que obviamente me agradou. Mas como seria também de esperar neste tipo de instalação, não tinham lugares livres. Assim, dirigi-me ao Ostello della Juventut (pôr link), numa zona lindíssima, apesar da imensa subida até à entrada, com boas condições e, sem dúvida, o melhor preço da cidade. Por duas noites num quarto com mais 5 pessoas e direito a pequeno-almoço paguei 32€, mais os 5€ do cartão de alberguista que ainda não tinha.

Fui depois fazer uma caminhada para tentar “viver a Itália” um pouco. Andei junto ao rio, que faz lembrar um pouco o Douro no tamanho e na cor pouco dourada. Aliás, toda a cidade faz lembrar um pouco o Porto, com as suas casas antigas, gente amigável e ruas com comércio muito organizadas. Ou provavelmente tudo isto são as saudades a falar.
Como era Domingo, estava ainda imensa gente pelo Parque Vittorio, um parque enorme, um pouco ao estilo de Parque da Cidade, mas mais pequeno, com menos árvores e relva mais verde, apesar de já serem 19:00. Famílias inteiras a fazer piqueniques, jovens a jogar futebol e outros só a desfrutar a música clássica que saía de umas colunas enormes numa das extremidades do parque. Aquilo pareceu-me ser um bom exemplo de “qualidade de vida”.

As primeiras verdadeiras sensações na cidade foram de medo e ansiedade. Por muito que se viaje, chegar a um sítio novo totalmente sozinho e entregue ao seu próprio destino é algo que eu duvido que alguém encare de animo leve. Mas não se pode deixar que tudo aquilo que é mau nos abale nestes momentos, é preciso levantar a cabeça e olhar para a cidade que esperamos em breve poder reclamar como nossa. E está é, sem dúvida, uma cidade linda.


Ciao Milano!

domingo, 12 de setembro de 2010

Levantar às 6 da manhã depois de adormecer às 4, acabar a mochila, vestir um monte de roupa para não arriscar passar os 15 curtos quilos que comprei para a mala, despedir da avó e dos primos, ainda todos meio a dormir como é óbvio e vir embora sem olhar bem para o quarto vai deixar de ser o meu por meses.
No aeroporto correu tudo com a maior naturalidade do mundo, check-in, embarque, sem grandes filas, o voo também correu sem problemas, tirando o atraso, que me disseram ser típico da Ryanair. Encontrei uma posição bastante confortável para dormir naqueles aviões, cabeça entre os braços em cima do tabuleiro, rodar o corpo para a direita, pés por baixo do banco da frente e deixar o sono fazer o resto. Claro que isto funciona muito melhor se forem num lugar à janela!

De Bergamo a Milão existe uma carreira muito prática, que se apanha mesmo à porta do aeroporto e sai em frente à estação de comboios. Acho que fui a viagem toda a pensar e a fazer contas de quanto dinheiro o dono daquela empresa deve ganhar, a 9€ com cada passageiro, ali todo o dia para trás e para a frente.
Enfim, quanto a Milão, tudo o que vi foi mesmo a estação da ferrovia e um típico restaurante italiano onde fui almoçar qualquer coisa. McDonald’s era o nome da casa se não me engano. Mas diga-se de passagem, a estação é, provavelmente, a MAIOR ESTAÇÃO DO MUNDO! Já vi aeroportos mais pequenos! E depois, como Milão está mesmo no centro da Europa, vemos comboios para França, Suíça, Áustria... Fica a curiosidade para visitar a cidade num futuro próximo.

No comboio conheci um senhor muito simpático, vindo dos Estados Unidos para o casamento de um amigo. Ele era italiano, mas aos 50 anos tinha decidido emigrar para a América porque simplesmente, segundo ele, “é assim a vida”. No banco ao lado sentou-se uma menina nascida em Marrocos mas criada em Itália, e assim a conversa foi correndo numa mistura de línguas, até que eu e ela adormece-mos e o senhor preparou-se para sair na estação de Magenta. Quando o comboio estava a parar nessa estação acordei, fui a correr à porta e ainda o consegui cumprimentar e agradecer. Mal sabia ele todo o nervosismo e ansiedade que me tinha conseguido tirar com aqueles minutos de conversa.

Próxima paragem: Torino Porta Nuova.


Cheguei!

Cheguei a Turim, estou num hostel (http://www.ostellotorino.it/) bem agradável mas só tenho meia hora de internet.
Amanhã é o grande dia.
Tentarei ainda hoje escrever sobre a viagem e como cheguei aqui.

A todos um beijo enorme, e podem ir deixando comentários, um pouco de força é sempre bem vinda!

Recta final

sábado, 11 de setembro de 2010

Ola.
É já amanhã o ultimo dia que passo cá, e começo a aperceber-me que ainda tenho centenas de coisas por fazer!
Verificar moradas, ver preços, ver meios de transporte, despedir-me de toda a gente, arranjar roupa e ainda muitas outras coisas que não quero nem lembrar.

Passando à parte prática da coisa, função para qual este blog foi também criado, para que futuros estudantes em Turim possam poupar um pouco de tempo no planeamento da sua aventura.
Este é o plano para o primeiro dia:

A procura de casa permanente está com pouca força. Nunca fui muito de confiar na Internet para coisas sérias, e assim, apesar de já ter algumas moradas, prefiro chegar à universidade e ver se encontro por lá alguém que me ajude a encontrar a casa dos meus sonhos: barata, maquina de lavar roupa e wireless.

Este blog vai ter também uma coluna (aqui do lado direito) com os sítios que eu for visitando e que recomende a todos os que passarem por Turim.
Decidi adiantar-me ao planeado, e vou desde já adicionar um local que estou ansioso por ver e ouvir, o Jazz Club Torino.
Vai ser um bom sitio para descansar das festas de Erasmus que temo que vá ter, mais do que as que devia.

Abraços,
Miguel

One week to go.

domingo, 5 de setembro de 2010

Ola.
De hoje a uma semana já estou em Itália. Os nervos começam a fazer-se sentir, e de que maneira.

Acho que já respondi a mais perguntas sobre esta viagem a familiares e conhecidos do que na vida escolar respondi a testes e exames.
Já tenho tudo na ponta da língua: "Itália, Turim. É, é no norte. Vou dia 12 de manhã. É só meio ano, depois venho e acabo o curso cá, sim, sim.".
Depois a conversa acaba por aí e ninguém tem um concelho para dar ou alguma informação útil, pouquíssimas pessoas já foram a Itália e com certeza nenhuma a estudar.

Já começo a imaginar a roupa que vou levar, e acima de tudo, começo a imaginar também a roupa que vou levar vestida, porque uma mala de 15 Kg para cinco meses é capaz de ser bem curto, por isso espera-se uma viagem bem quentinha, com dois casacos vestidos e uns calções por baixo das calças.

Tenho de comprar um dicionário de bolso. Começo a ver nas dificuldades que as pessoas acham que vou ter com a língua um problema sério. Claro que como português que sou, não vou ter dificuldade em me fazer entender onde quer que seja, mas esta situação é diferente, não quero nem por um segundo passar por turista, eu quero ser um italiano de gema, apesar de ser só por cinco meses, e não posso deixar que a minha língua me impeça disso.


Não há tempo para festas de despedida. Adoro um bom "adeus", mas, por agora, o meu pensamento está em Turim e nada me consegue desviar disso.
Esperei toda a vida por isto e agora quero saboreá-lo com toda a vontade, quantas menos saudades tiver de Portugal melhor.

Vou a Paris uns dias antes da viagem para Itália. Não sei se vai fazer bem ou mal, mas sei que vou e que vou adorar. Tenho a certeza de que quando chegar vou estar muito mais concentrado na viagem, porque por agora, tenho estado muito irresponsável e pode-se dizer até negligente no que toca à preparação dos próximos meses.

Um Abraço,
Miguel




Ciao!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Bem, em primeiro lugar, a história até aqui:
Eu, João Miguel Mota Ferreira, sou estudante da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, no curso de Ciências e Tecnologia do Ambiente. Frequentei este curso por dois anos, e agora, no último ano do plano de estudos, decidi fazer do meu primeiro semestre um período de aprendizagem mais atractivo.

Como morador do Grande Porto desde nascença, e apesar de achar esta uma região lindíssima, soube que sair de lá (de cá, na altura em que escrevo isto) por uns tempos seria a melhor opção.
Então surgiu a oportunidade de participar no programa Erasmus e, encurtando a história, passando por toda a papelada e emails em italiano, estarei a estudar na Università degli Studi di Torino (Universidade de Turim - Itália), num período que começa no dia 13 de Setembro de 2010 e sabe Deus quando acabará, meados de Fevereiro de 2011 espero eu.

Este espaço servirá para manter actualizados todos os interessados nas experiências que for vivendo nas terras de Piemonte, assim como servirá para eu mesmo tomar consciência do que vou fazendo e da evolução que a minha vida lá for tomando. Tentarei publicar o maior número de fotografias e descrições possíveis, prometendo porem postar apenas factos de interesse comum, não verão aqui ementas diárias ou relatos de sonhos.

O meu voo para Milão está marcado para dia 12 de Setembro, às 9:05, é aí que a verdadeira aventura começa.
Chegar a Turim, encontrar a universidade, encontrar uma casa decente e barata para morar, alimentar-me, fazer amigos, comunicar.
Se até lá algo de interesse acontecer relatarei aqui com prontidão.

Saudações,
Miguel (este é o nome com que me vou apresentar em Itália, perdão a todos os que me conhecem por  qualquer outro nome ou alcunha.)





Aviso
Os textos neste blog não serão escritos ao abrigo do novo acordo ortográfico.